sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Num suave arrepio que me percorre o corpo

Num suave arrepio que me percorre o corpo,
que me desassossega, e medeixa a pele em estado de alerta, aqui, deitada sobre ti,vejo-te nos meus sonhos,
encontro o momento prometido,o fruto apetecido que colhemos do nosso âmago, e nos queremosoferecer, nesta deliciosa e provocadora tentação aos sentidos.
as tuas mãos, deixo as minhas, até ao instante em que acordarmos destesereno sono, onde dormimos lado a lado, à distância de um toque, à
distância de uma doce carícia, que não ousamos experimentar, para não
quebrar a magia que sentimos fluir.
Neste repouso de saudade invertida, os olhos não se fecham,contemplam-se através de loucuras que os ventos nos segredam ao
ouvido, e amenizam a inquietação da espera, que é curta no tempo,exígua no espaço, mas grandiosa no sentir.
O corpo, responde estremecendo, os poros despertam, o desejo
instala-se, e a paixão desprende-se em gotículas perfumadas de mim e de ti, as nossas almas, presas ao mundo real, não suportam mais a ansiedade imposta pela distância,
fogem, rompem as imposições, e unem-se para lá de nós, e ali,
onde tudo começa, as bocas não falam,entregam-se,
no sublime instante em que eu acordo, e tu me beijas os
lábios entreabertos, sedentos dos teus...
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Cortez

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